sábado, 8 de janeiro de 2022

Sábado Reflex







Da mesma forma que ao tocarmos em algum objecto deixamos nele as nossas impressões digitais, ao tocar as vidas das pessoas, seja de que forma for, deixamos nelas parte da nossa identidade. E as coisas e as pessoas jamais voltarão a ser como eram antes desse toque. Quanto melhor for o nosso toque, melhor será o seu impacto. E se a vida é melhor quando estamos felizes, é ainda melhor quando os outros estão felizes em consequência de algo que lhes possamos ter feito.

Nada na Natureza vive para si mesmo. Os rios não bebem a sua própria água, mas a disponibilizam no seu percurso e a entregam ao mar. As árvores não comem os seus próprios frutos, apenas os oferecem a quem os quiser colher. O Sol não brilha para si mesmo, mas para todo o espaço ao redor, e a Lua traz-nos a sua luminosidade reflectida no período nocturno. E as flores não libertam as suas cores e odores para elas mesmas, mas as oferecem a quem as quiser disfrutar.

Uma das regras desta natureza terrena à qual pertencemos é que todas as formas de vida, visíveis e invisíveis, existem com o propósito de cooperar directa e indirectamente nas outras. Assim é também o Humano que abre o espírito à experiência natural, que é viver em inter-relação, ou seja, basear a sua vida num exercício amoroso que o coloca no mesmo plano que todas as outras formas de vida, onde os humanos são tão irmãos como as pedras da rua. Claro que para lá chegar, o Humano terá primeiro de tornar normal ver o outro Humano com equanimidade. E daí advirá, enfim, O Novo Ser Humano, aquele cuja existência se rege apenas e só por um único princípio e propósito: O Amor!

 

In Lack’ech Ala K’in

E Assim É

Vitorino OM Matos

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