Consigo compreender a tua necessidade de fazeres as coisas que sentes. Deixar a vida fluir, aceitar mudar de direcção. Ficar ao sabor do vento, guiado pelo próprio movimento do íman da vida.
Compreendo e aceito.
Aceito e abençoo.
Mas deves perceber que, apesar de eu compreender e dizer-te que tens esse direito, inclusive de te ensinar que deves lutar por ele, devo avisar-te que a tua vida não se vai tornar propriamente fácil.
As pessoas à tua volta querem certezas.
Elas são como tu eras ao princípio.
Querem certezas emocionais, querem segurança.
Estão mais apegadas a ti do que a elas próprias.
E, como tal, não querem que tu mudes.
A tua mudança vai desestruturar as suas certezas, vai abanar as suas vidas.
Elas não gostam do caos. Elas não sabem que só aceitando o caos é que se muda realmente. Só aceitando que não tens de ser hoje quem foste ontem, que tens de te reinventar todos os dias, só aceitando isso é que vais realmente avançar no sentido da evolução.
Os outros têm planos para ti.
Principalmente planos que não agitem muito as suas vidas. E a tua mudança não é definitivamente um deles.
O que fazer?
Mudar, seguir a tua estrada e desagradar todos à tua volta ou deixar tudo como está e arriscares-te a morrer de tédio, consumido pela mesmice, com uma essência tosca e sem brilho?
Aprende uma coisa. Há muitas alturas na vida – muitas mesmo – em que dizer que sim aos outros pode significar dizer não a si próprio.
E tu vens fazer evoluir a tua alma, não a dos outros.
Mas também sei que não os queres fazer sofrer. Eu compreendo.
Mas pensa assim. Pensa que eles também terão de aprender, e se não aprenderem por ti, irão ter de aprender pela vida, e as lições da vida podem ser dadas através das tuas próprias acções.
Confuso? Eu explico.
Imagina que nós cá em cima percepcionamos que está na hora de a pessoa A ou B desapegar. Está na hora de promover desapego emocional para que ela olhe definitivamente para a sua essência.
Essa pessoa precisa de atrair uma perda emocional para desapegar.
E imagina também que tu estás a aprender a deixar fluir, e deixar fluir é ouvir-se, é dar prioridade à sua essência.
O cenário está completo, a pessoa precisa de desapegar e tu precisas de te deixar ir para te encontrares.
Naturalmente que tu irás ser a perda dessa pessoa.
Quanto mais necessidade tiveres de ir embora, de não depender mais, de deixar fluir a vida noutra direcção, mais a pessoa vai sentir que te está a perder e vai começar a entrar em desespero.
Resumindo.
Com um só evento – a tua vida a fluir, tu a aprenderes a respeitar-te – promovo duas grandes lições.
Fruição e interiorização para um e desapego e interiorização para outro – já viste que a interiorização está sempre presente?
Por isso, quando pensares que a tua necessidade de que a tua vida flua mais faz os outros sofrer, pensa que pode ser assim mesmo, pode ser essa a intenção do céu.
E que essa tua acção pode ter a ver com a evolução do outro e que a todo este intricado energético nós, cá em cima, poderíamos chamar de… desígnio.
JESUS
O Livro da Luz – Pergunte, o Céu Responde, de Alexandra Solnado
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