segunda-feira, 6 de setembro de 2021

CONDOLÊNCIAS

A única coisa que eu posso dizer é «as minhas condolências». «As minhas condolências» por ainda não saberes quem és, por não te ouvires, não te respeitares e te iludires. Iludires-te com o que pensas que és ou o que gostarias de ser.

Tudo cosmética, tudo mecânico.

O facto de nunca interiorizares faz-te mais mal do que algum dia poderás imaginar. O facto de nunca ires aí dentro, precisamente ao teu peito, onde bate um coração e jorram sentimentos.

O facto de nunca entrares em contacto com as tuas coisas mais íntimas, com o mais profundo do teu ser.

O facto de nunca teres tocado a tua essência, esse ser profundo e luminoso que mora no centro de ti.

O facto de nunca ouvires a tua voz interior, aquela que traz em si o chamamento da vida eterna, aquela que não morre com a vida física.

O facto de não mergulhares nas profundezas da tua própria vida para ganhares discernimento espiritual do que é realmente bom ou mau para ti.

E, em última análise, o facto de nunca olhares para mim, nunca me entregares nada para eu cuidar e proteger.

O facto de nunca me fazeres perguntas para depois olhares para a vida à procura de respostas.

O facto de nunca fazeres nada disso, faz-me chorar amargamente.

Mas também me faz ter esperança de que, à conta de tanto sofreres de insatisfação, de não saberes o porquê de te acontecerem algumas coisas, de não te sentires amparado ou protegido, de sentires um nó no peito e nem saberes por onde começar… tenho muita fé que à conta disso tudo um dia ainda venhas a olhar para mim.

E vais sentir que eu te amo.


JESUS

O Livro da Luz – Pergunte, o Céu Responde, de Alexandra Solnado

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